segunda-feira, 16 de maio de 2011

crases


Por que será que quanto mais amamos uma pessoa, mais damos a ela o poder de nos magoar? Deve ser porque abrimos o peito, escancaramos nossa face, dilaceramos nosso coração. Mostramos nossas fragilidades, nossas indefesas, nosso lado cego. Aí ficamos vulneráveis! Tão vulneráveis que a dor atinge nosso peito sem nenhuma pedra ou castelo no caminho.

Aí olhamos dentro daqueles olhos que tanto amamos e sentimos só vontade de chorar. Na verdade não sentimos vontade não, o choro vem sem pedir licença e mancha nossa alma. E aí a indeferença no olhar que você tanto ama, te mata. Os amantes tem o poder de ressurgir mais fortes, mais apaixonados. Mas tem algo que sempre atrasa esse ressurgimento: A mágoa.

Afinal, o que tem de diferente entre a raiva e a mágoa? A raiva passa. Passa de um jeito que não deixa rastros, nem feridas... talvez uma marquinha de batom que com água sai. A mágoa não. Ela é traiçoeira e faz morada num pequeno buraquinho que foi criado. E ela fica. E quanto mais ela fica, menos espaço tem para ser esquecida. E ela vai ficando. E enquanto ela estiver em você, aquilo não passa.

Mas um dia ela passa, resolve ir embora, fazer morada em outro lugar. Até que ela se desprenda de mim, permita-me ficar assim... à mercê de você.

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