Parafraseio Teatro Mágico com profunda indignação. Vivemos um sistema que sobrevive de contradições... e a maior dela é o próprio ser humano, ao meu ver. Queria entender o que leva alguém a se julgar no DIREITO de interferir sobre a LIBERDADE – aqui entendida nos limites do capitalismo, onde está longe de ser plena – de outrem?
Não estão entendendo NE? Então... tentarei explicar o motivo de tanta amargura nas minhas palavras.
Alguém já ouviu falar de Uganda? Não? Eu já! Fui apresentada por uma razão que em nada me comove. Uganda é um país Africano, limitado ao norte pelo Sudão, a leste pelo Quênia, a sul pela Tanzânia e por Ruanda e a oeste pela República do Congo. A capital de Uganda é Kampala.
Calma, antes de chegar em Uganda, vamos passear pela história.
Você sabe o que representa o dia 17 de maio? O Dia Internacional de Combate à Homofobia. Até a década de 90 a homossexualidade era considerada como um transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No dia 17 de maio de 1990, uma nova assembléia da OMS aprovou a retirada da Homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, o que consta na declaração: “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
Lindo, não é? Três anos depois, os países membros das Nações Unidas aderiram a classificação. Ou seja, um belo de um avanço contra as definições religiosas de pecado, crime ou doença! Porém, mesmo sendo reconhecido como uma manifestação da diversidade sexual, esse discurso todo, como a maioria, fica só no blábláblá.
Eis que surge e se instaura um monstro: A Homofobia. Que é o medo, aversão ou ódio sem lógica aos homossexuais. Ou será que ela é um mito igual ao Racismo? Vamos ver?
Na Africa oriental temos paises como a Argelia e o Sudão onde a relação homossexual é penalizada com multa e até 2 a 6 anos de detenção. Na Africa Ocidental e Central temos discrepâncias: Tem países que legalizaram a união homossexual, como Costa do Marfim e Cabo Verde, e tem outros que penalizam com prisão ou multas também. Na Arábia Saudita e no Irã também é a pena de morte que prevalece. No Iêmen – pais Árabe – os homens casados são condenados à morte, os solteiros recebem chibatadas e 01 ano de prisão enquanto as mulheres a reclusão varia de três a sete anos de reclusão. Essa relação, como pode ser vista, também acontece nos demais continentes. Como nosso corpus é o continente Africano, você pode conferir os demais dados no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Legisla%C3%A7%C3%A3o_sobre_a_homossexualidade_no_mundo
Infelizmente essa escrita não é documental e nem de cunho histórico. Trouxe essa discussão a tona porque o país da Uganda está com projeto de lei que quer penalizar com pena de morte os
homossexuais. E o pior é que ele vai entrar num ranking disputado no requisito “leis” contra homossexuais. Isto porque a Africa ocupa o primeiro lugar no numero de leis deste cunho. Hoje, somam em 04 os países, somente na Africa, que penalizam com a morte a diversidade sexual.
Imaginar que essa lei corre o risco de ser aprovada com aclamação populacional e apoio institucional – principalmente da Igreja católica e Protestante – me assusta. O efeito dominó que isto pode causar gera preocupação nos movimentos gays do mundo.
A lei proposta pelo parlamentar governista David Bahati quer EXPANDIR uma lei já existente desde 1949 que prevê multas e prisão perpetua para os homossexuais. Expansão? Será que teria como expandir mais ainda uma lei que tem como punição a prisão perpetua? Tem. A execução do “infrator”. O que já é estranho só por que, independente de ser homossexual, isso já violaria os direitos humanos.
O projeto de lei teve apoio de 25 mil pessoas que se manifestaram com cartazes escritos: “Não a sodomia, sim a família”! Manifestantes que integram o Movimento Internacional contra o Homossexualismo!!!! Acreditem! Ele existe mesmo!
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, acha que considera o projeto de lei em trânsito muito agressivo e repressivo. Opinião compartilhada pelo Ministro da ÉTICA E INTEGRIDADE de Uganda, Baturo. “Eu acho que os gays podem ser aconselhados e pararem por si só com esse hábito ruim”.
Bahati afirma que a lei é muito vaga porque não define homossexualismo*. “Neste novo projeto não aceitamos a homossexualidade como uma opção sexual. Ela deve ser tratada como um crime como qualquer outro, como roubar por exemplo. É um mal. Não é um direito humano. Os homossexuais devem ser retirados das ruas, devem ser presos!”. E o senhor, vossa excelência? O que deveria acontecer por burlar o direito de ir e vir de alguém, bem como a sua “teórica liberdade” e ainda mais a sua opção sexual?
A lei também inclui penalidade para quem “ousar” “persuadir” uma criança a seguir pelo caminho tortuoso!! Ora essa! “Aulas de como gostar de meninos e meninas”! Isso se ensina? E também retira a necessidade da comprovação da homossexualidade. Ou seja... se o policial achar que você é, você é. E vai preso.
A melhor parte é agora!!!! Sabia que o digníssimo se baseou na Biblia para formular o texto do projeto de lei? É! Olha ai o aparelhamento repressor burguês completo. Um bispo, ex-pertencente da Igreja Catolica, saiu em defesa dos direitos humanos violados pela tentativa da Lei. Senyonjo é hoje ativista na defesa das minorias de Uganda.
Acho que algumas opiniões exteriores do caso merecem destaques... como a do jornalista do site Afro Online, Chiara Caprio, que disse que na Africa a homossexualidade é vista como um conceito ocidental, e portanto, deve ser politicamente combatida. E porque não combatemos então as invasões norte-americanas? Ou o a sua soberania? Por que não combatemos politicamente a quebra do protocolo de Kyoto?
Ou ainda a opinião do secretário da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA), Sabbadini, que combatendo a fala do jornalista supracima citado, afirma que falar de homossexualismo como uma praga não é interessante e diz que “Não passa de uma invenção religiosa e política para manter fiéis reunidos no mesmo discurso. A homossexualidade existe na África e em todo mundo muito antes do cristianismo, portanto não faz parte de uma influencia religiosa”.
O pastor Martin Ssempa, expoentes da luta contra a AIDS na África, diz ser contra a homossexualidade e ser a favor de leis como em Uganda. “A lei é importante pois estabelece a proteção da família tradicional”. PONTO CRUCIAL!
Bem... nas culturas antigas, sabemos que tudo era permitido. Não só pela ausência de leis escritas – é, porque é obvio que as comunidades tinham suas próprias leis, sejam elas pela experiência, pelo conselho do mais velho – mas porque nada era visto com tanta maldade, sem naturalidade.
Mulheres dormiam com vários homens – poliandria. Homens tinham várias mulheres – poligamia. Mulheres ou homens estabelecem relações estáveis com outro ser – monogamia. Era simples assim! Então, se você também se pergunta qual é o interesse que está por trás disto tudo, podemos pensar.
Houve uma época em que a homossexualidade era combatida pela necessidade do crescimento de exercito para combater nas guerras. Motivo muito do chulo, sem nexo, mas convenhamos, é um motivo. E hoje?
Aqui, hoje, não cabem discussões filosóficas, sobre por exemplo a necessidade do capitalismo de manter a propriedade privada.Nisso, as relações homossexuais atrapalham! Porque além de não gerarem herdeiros para essa manutenção, os gays são privados de mais de 14 direitos “civis” como direito a plano de saúde, a pensão caso o conjugue morra, não podem adotar filhos ou requerer a guarda do filho do conjugue, etc.
Aqui, hoje, cabem reflexões. Sobre o modo de sociedade na qual vivemos e na qual queremos viver. Se os limites impostos pela coisificação do homem nos bastam. Se é isso que chamamos de liberdade! A gente tem fome de que? Nos negam nossas escolhas e nós achamos que somos livres! Não escolhemos o que ver, o que vestir, o que comer. Agora, já não podemos escolher a quem amar. O que mais nos faltam tirar?
Detalhe: O projeto está em andamento desde o ano passado, será votado em maio. E para ser aprovado, precisa de 151 votos. É por maioria SIMPLES. =] Afinal, é simples decidir o futuro e a opção dos outros!
Deixo uma poesia.Não estão entendendo NE? Então... tentarei explicar o motivo de tanta amargura nas minhas palavras.
Alguém já ouviu falar de Uganda? Não? Eu já! Fui apresentada por uma razão que em nada me comove. Uganda é um país Africano, limitado ao norte pelo Sudão, a leste pelo Quênia, a sul pela Tanzânia e por Ruanda e a oeste pela República do Congo. A capital de Uganda é Kampala.
Calma, antes de chegar em Uganda, vamos passear pela história.
Você sabe o que representa o dia 17 de maio? O Dia Internacional de Combate à Homofobia. Até a década de 90 a homossexualidade era considerada como um transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No dia 17 de maio de 1990, uma nova assembléia da OMS aprovou a retirada da Homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, o que consta na declaração: “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
Lindo, não é? Três anos depois, os países membros das Nações Unidas aderiram a classificação. Ou seja, um belo de um avanço contra as definições religiosas de pecado, crime ou doença! Porém, mesmo sendo reconhecido como uma manifestação da diversidade sexual, esse discurso todo, como a maioria, fica só no blábláblá.
Eis que surge e se instaura um monstro: A Homofobia. Que é o medo, aversão ou ódio sem lógica aos homossexuais. Ou será que ela é um mito igual ao Racismo? Vamos ver?
Na Africa oriental temos paises como a Argelia e o Sudão onde a relação homossexual é penalizada com multa e até 2 a 6 anos de detenção. Na Africa Ocidental e Central temos discrepâncias: Tem países que legalizaram a união homossexual, como Costa do Marfim e Cabo Verde, e tem outros que penalizam com prisão ou multas também. Na Arábia Saudita e no Irã também é a pena de morte que prevalece. No Iêmen – pais Árabe – os homens casados são condenados à morte, os solteiros recebem chibatadas e 01 ano de prisão enquanto as mulheres a reclusão varia de três a sete anos de reclusão. Essa relação, como pode ser vista, também acontece nos demais continentes. Como nosso corpus é o continente Africano, você pode conferir os demais dados no link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Legisla%C3%A7%C3%A3o_sobre_a_homossexualidade_no_mundo
Infelizmente essa escrita não é documental e nem de cunho histórico. Trouxe essa discussão a tona porque o país da Uganda está com projeto de lei que quer penalizar com pena de morte os
homossexuais. E o pior é que ele vai entrar num ranking disputado no requisito “leis” contra homossexuais. Isto porque a Africa ocupa o primeiro lugar no numero de leis deste cunho. Hoje, somam em 04 os países, somente na Africa, que penalizam com a morte a diversidade sexual.Imaginar que essa lei corre o risco de ser aprovada com aclamação populacional e apoio institucional – principalmente da Igreja católica e Protestante – me assusta. O efeito dominó que isto pode causar gera preocupação nos movimentos gays do mundo.
A lei proposta pelo parlamentar governista David Bahati quer EXPANDIR uma lei já existente desde 1949 que prevê multas e prisão perpetua para os homossexuais. Expansão? Será que teria como expandir mais ainda uma lei que tem como punição a prisão perpetua? Tem. A execução do “infrator”. O que já é estranho só por que, independente de ser homossexual, isso já violaria os direitos humanos.
O projeto de lei teve apoio de 25 mil pessoas que se manifestaram com cartazes escritos: “Não a sodomia, sim a família”! Manifestantes que integram o Movimento Internacional contra o Homossexualismo!!!! Acreditem! Ele existe mesmo!
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, acha que considera o projeto de lei em trânsito muito agressivo e repressivo. Opinião compartilhada pelo Ministro da ÉTICA E INTEGRIDADE de Uganda, Baturo. “Eu acho que os gays podem ser aconselhados e pararem por si só com esse hábito ruim”.
Bahati afirma que a lei é muito vaga porque não define homossexualismo*. “Neste novo projeto não aceitamos a homossexualidade como uma opção sexual. Ela deve ser tratada como um crime como qualquer outro, como roubar por exemplo. É um mal. Não é um direito humano. Os homossexuais devem ser retirados das ruas, devem ser presos!”. E o senhor, vossa excelência? O que deveria acontecer por burlar o direito de ir e vir de alguém, bem como a sua “teórica liberdade” e ainda mais a sua opção sexual?
A lei também inclui penalidade para quem “ousar” “persuadir” uma criança a seguir pelo caminho tortuoso!! Ora essa! “Aulas de como gostar de meninos e meninas”! Isso se ensina? E também retira a necessidade da comprovação da homossexualidade. Ou seja... se o policial achar que você é, você é. E vai preso.A melhor parte é agora!!!! Sabia que o digníssimo se baseou na Biblia para formular o texto do projeto de lei? É! Olha ai o aparelhamento repressor burguês completo. Um bispo, ex-pertencente da Igreja Catolica, saiu em defesa dos direitos humanos violados pela tentativa da Lei. Senyonjo é hoje ativista na defesa das minorias de Uganda.
Acho que algumas opiniões exteriores do caso merecem destaques... como a do jornalista do site Afro Online, Chiara Caprio, que disse que na Africa a homossexualidade é vista como um conceito ocidental, e portanto, deve ser politicamente combatida. E porque não combatemos então as invasões norte-americanas? Ou o a sua soberania? Por que não combatemos politicamente a quebra do protocolo de Kyoto?
Ou ainda a opinião do secretário da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA), Sabbadini, que combatendo a fala do jornalista supracima citado, afirma que falar de homossexualismo como uma praga não é interessante e diz que “Não passa de uma invenção religiosa e política para manter fiéis reunidos no mesmo discurso. A homossexualidade existe na África e em todo mundo muito antes do cristianismo, portanto não faz parte de uma influencia religiosa”.
O pastor Martin Ssempa, expoentes da luta contra a AIDS na África, diz ser contra a homossexualidade e ser a favor de leis como em Uganda. “A lei é importante pois estabelece a proteção da família tradicional”. PONTO CRUCIAL!
Bem... nas culturas antigas, sabemos que tudo era permitido. Não só pela ausência de leis escritas – é, porque é obvio que as comunidades tinham suas próprias leis, sejam elas pela experiência, pelo conselho do mais velho – mas porque nada era visto com tanta maldade, sem naturalidade.
Mulheres dormiam com vários homens – poliandria. Homens tinham várias mulheres – poligamia. Mulheres ou homens estabelecem relações estáveis com outro ser – monogamia. Era simples assim! Então, se você também se pergunta qual é o interesse que está por trás disto tudo, podemos pensar.
Houve uma época em que a homossexualidade era combatida pela necessidade do crescimento de exercito para combater nas guerras. Motivo muito do chulo, sem nexo, mas convenhamos, é um motivo. E hoje?
Aqui, hoje, não cabem discussões filosóficas, sobre por exemplo a necessidade do capitalismo de manter a propriedade privada.Nisso, as relações homossexuais atrapalham! Porque além de não gerarem herdeiros para essa manutenção, os gays são privados de mais de 14 direitos “civis” como direito a plano de saúde, a pensão caso o conjugue morra, não podem adotar filhos ou requerer a guarda do filho do conjugue, etc.Aqui, hoje, cabem reflexões. Sobre o modo de sociedade na qual vivemos e na qual queremos viver. Se os limites impostos pela coisificação do homem nos bastam. Se é isso que chamamos de liberdade! A gente tem fome de que? Nos negam nossas escolhas e nós achamos que somos livres! Não escolhemos o que ver, o que vestir, o que comer. Agora, já não podemos escolher a quem amar. O que mais nos faltam tirar?
Detalhe: O projeto está em andamento desde o ano passado, será votado em maio. E para ser aprovado, precisa de 151 votos. É por maioria SIMPLES. =] Afinal, é simples decidir o futuro e a opção dos outros!
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
(Bertolt Brecht)
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
(Bertolt Brecht)
Fontes:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1486041-5602,00.html
www.routenews.com.br/index/?p=1296
www.avaaz.org/po/uganda_rights_3/
www. refunitebrasil.wordpress.com/.../pena-de-morte-para-homossexuais-gera-polemica-em-paises-distintos/
Programa Legendários, da MTV. Questão? Racismo! Ah é, 